Sobre o tema Espert: qualquer um que queira lavar dinheiro não o faz em uma conta declarada, e muito menos sob jurisdição norte-americana, onde a conformidade bancária é rigorosa, ainda mais tratando-se de um cliente PEP (Pessoa Politicamente Exposta). Espert, por sua profissão, conhece muito bem esses mecanismos. O valor da consultoria parece elevado, mas não parece uma operação de lavagem de ativos nem de financiamento ilegal de campanha (o que costuma ser feito em dinheiro). Além disso, no momento dos fatos, não se conheciam as acusações contra Machado e Espert era politicamente pouco relevante, já que vinha de obter apenas 2% nas eleições presidenciais. Dentro do kirchnerismo, há múltiplos condenados em várias instâncias, e na oposição muitos dos que sempre viveram da política — como a maioria dos governadores peronistas — não conseguem justificar seu patrimônio. Tenta-se instalar que “todos são iguais”, quando não são. Em qualquer partido pode haver corrupção, porque há humanos em um país corrupto, mas é diferente quando, diante de uma denúncia, se investiga, do que quando a corrupção é sistêmica e é encoberta, como ocorreu com o kirchnerismo. Não conheço José Luis nem como ele se comporta em outros assuntos, mas acusar uma pessoa de vínculos com o narcotráfico com fundamentos falsos me parece uma operação político-midiática para afetar o Governo na eleição de meio de mandato.